domingo, 9 de outubro de 2011

Conceitos de Gênero, Sexo e Sexualidade.



Gênero e sexo são a mesma coisa?

Gênero
É o conjunto de características sociais, culturais, políticas, psicológicas, jurídicas e econômicas atribuídas às pessoas de forma diferenciada de acordo com o sexo.
As características de gênero são construções sócio-culturais que variam através da história e se referem aos papéis psicológicos e culturais que a sociedade atribui a cada um do que considera “masculino” ou “feminino”.

Sexo
São características físicas, biológicas, anatômicas e fisiológicas dos seres humanos que os definem como macho ou fêmea. Reconhece-se a partir de dados corporais, genitais, sendo o sexo uma construção natural, com a qual se nasce.


A diferença de sexo torna homens e mulheres desiguais?

Qual a importância da sexualidade e da orientação sexual para as políticas públicas?

Sexualidade é o termo abstrato utilizado para se referir às capacidades associadas ao sexo, enquanto sexo tem vários significados.

“Em linhas gerais, assumindo (Cf  Garcia Castro, Mary) gênero como uma construção sociológica, político-cultural do termo sexo, chama-se atenção para que:

  • sexo não é uma variável demográfica, biológica ou natural, mas traz toda uma carga cultural e ideológica. Como declara Beauvoir, ‘ninguém nasce mulher, torna-se mulher’. Nesta acepção está a indicação implícita para a necessidade de referências concretas sobre a identidade masculina e feminina;

  • não se pode compreender o específico da identidade feminina, sua posição na sociedade, a valorização ou desvalorização de seu trabalho, as divisões sexuais de trabalho/poder/exercício do erótico se não se compreende o específico da identidade masculina e o comum ao humano, já que homem e mulher são construções de gênero no humano – daí, insistimos, a necessidade de análises comparativas e relacionais;

  • gênero se realiza culturalmente, por ideologias que tomam formas específicas em cada momento histórico e tais formas estão associadas a apropriações político-econômicas do cultural, que se dão como totalidades em lugares e períodos determinados. Este último enfoque é uma contribuição de autores marxistas no sentido de tirar o feminismo do plano idealista, negando-se que as discriminações se reproduzem pela perversidade  natural dos homens, e chamando a atenção para um sistema de relações que se perpetua porque serve a interesses, ainda que não tenham sido diretamente engendrados para tal fim.

“Como gênero é relacional, quer enquanto categoria analítica, quer enquanto processo social o conceito deve ser capaz de captar a trama das relações sociais, bem como as transformações historicamente por elas sofridas através dos mais distintos processos sociais, trama essa na qual as relações de gênero têm lugar. (Saffioti, 1992)


“Gênero deve ser visto como elemento constitutivo das relações sociais, baseadas em diferenças percebidas entre os sexos, e como sendo um modo básico de significar relações de poder” (Scott, 1990).

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