domingo, 24 de julho de 2011

JÁ SOFRI NA “PELE” A DISCRIMINAÇÃO!


Vou aproveitar a ocasião que me foi posta no curso, para contar o que sofri quando criança, numa brincadeira inocente de dar rasteiras nas amigas na calçada. É engraçado como tudo começou, já na minha certidão de nascimento – cor: Parda. A mãe de uma de minhas colegas me chamou de “negrinha”, pois, eu havia dado uma rasteira na filha dela. Lembro nitidamente de ter ido embora pra casa cabisbaixa, meio que sem saber o porquê da agressão gratuita. E isso há trinta e tantos anos atrás. Quem faz pode até esquecer, mas quem passa por alguma situação, seja ela qual for de humilhação, agressão, ações veladas...ah, esse não esquece, como até hoje não esqueci. Parece que fica no fundinho do meu subconsciente e aflora quando é tocado ou vejo alguma coincidência com o que já passei. Tenho várias outras, mas no momento uma só  basta. Sou negra! Nem branca, nem amarela apenas negra.
E ficam minhas perguntas? Para um artista em qual paleta de cores, parda está inserida? Numa loja de material de construção, encontra-se essa cor? Talvez o papel de pão da padaria?  Parda.....
Cristiane Alves Almeida – Aluna do Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça – GPP-GeR – UFES 2011


Apos realizarmos uma pesquisa em nosso município (Alegre/ES) não foi obtido nenhum dado estatístico que comprove a existência de discriminação racial, pois as pessoas não têm o hábito de registrar ocorrência policial mais podemos afirmar que ele faz parte do nosso cotidiano, pois história como a da Cristiane Almeida Alves são comuns de se ouvir.

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